Casa árvore 1 / Casa muro 1, Lisboa
Uma Familia; Um Território; Três Casas
O território de implantação das casas é um jardim murado de 1700 m2 com um castanheiro indiano, 3 tílias, 5 jacarandás e algumas árvores de fruto de porte mais pequeno. Este território de intervenção encontra-se no interior de um lote, rodeado de edifícios de habitação, cuja frente é ocupada e dominada por uma casa dos anos 50.
A “Casa muro” encerra o jardim definindo-o como entidade autónoma. Desenha o percurso que conduz a um pátio, recebendo as pessoas que chegam da rua a este território. Esta casa tem duas frentes, de um lado estabelece uma relação com a casa pré-existente gerindo e organizando o território, do outro abre-se para o jardim à cota do chão numa relação franca com o muro que encerra o jardim e constrói a própria casa.
A “Casa árvore” obedece ao imaginário da casa na árvore. Neste sentido está totalmente sobre pilares destacando-se do muro em altura. Esta casa desenha um pátio sem chão que promove uma centralidade no jardim através da sua sombra projectada. É uma casa sem portas interiores, desenhada por volumes distintos que se articulam e se interceptam numa geometria apertada, gerando passagens entre si.
Se a "Casa muro" encerra o jardim, definindo a sua entrada e o caminho até lá – enquanto tira partido do jardim ao nível do chão – a casa árvore vive a altura das copas das árvores atribuindo uma nova centralidade ao jardim.
Lisboa, Portugal 2012